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segunda-feira, 30 de junho de 2008

A tecnologia da informação (é) e a oportunidade de inclusão

O atual estágio do desenvolvimento da tecnologia é realmente surpreendente. No que diz respeito então às tecnologias da informação, tendo como carro chefe a telemática, é um novo conceito de "Túnel do Tempo" que estamos criando, pois mudaram completamente a utopia do "tele-transporte" - aquela velha idéia de podermos estar presentes em um outro tempo e espaço - que embalou tantas civilizações. Agora, não nos transportamos para um lugar distante, mas trazemos o lugar distante até nós. Essa evolução só pode ser comparada à diáspora do Homo Sapiens, no dizer de Morin1, da raça humana sobre a Terra, nos primórdios da conquista do planeta.
Dito assim, o avanço tecnológico parece ser um empreendimento da humanidade para a humanidade. Entretanto, sabemos que, se evoluímos tanto do ponto de vista das conquistas científicas, o mesmo não ocorre no plano da consciência social. Vê-se mesmo o contrário: quanto mais se avança na produção de bens e serviços de alta tecnologia, mais se amplia também o abismo entre as classes sociais na maioria dos países e no mundo inteiro. Infelizmente, na utopia do professor José M. Moran, ao dizer que "Na sociedade da informação todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar-nos, a ensinar e a aprender; a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social." o todos é apenas uma generalização ideologizada. De qualquer forma, é preciso não perder a convicção de que, se o espaço da educação não for o da superação dessa diferenças, isso não se dará em outro lugar, pois "A escola é um espaço possível de luta, de denúncia... e de procura de soluções, ainda que precárias e parciais."2
Por outra, é mister reconhecermos que o advento das novas tecnologias, vencidas as amarras econômicas, pode se transformar num equalizador das diferenças, num oportunizador de condições mais justas na busca da superação das distâncias sociais. Basta lembrar que, há pouquíssimo tempo atrás, e perdura até hoje em muitos lugares, somente os indivíduos que viviam nos grandes centros desenvolvidos, ou aqueles que dispunham de recursos para se deslocarem até os mesmos, gozavam do privilégio de poder estudar e se aperfeiçoar profissionalmente. A esse respeito, agora, muita coisa mudou.
Não há dúvida de que a Educação à Distância é um modelo educacional promissor; sobretudo, quando se trata de estudos complementares ou suplementares avançados. Nesse campo, já se provou a sua eficácia, eficiência e efetividade. Mas isso não tira dela, ainda, o caráter meio experimental. Afinal, é preciso que transcorram algumas gerações forjadas nessa metodologia para que se possa dizer, com segurança, que tenha se tornado um modelo seguro.
Uma nova ordem educacional se instala a partir das modernas tecnologias da informação. O próprio fundamento do que chamamos biblioteca se esgarça para dar espaço a uma outra plataforma de pesquisa e armazenamento do saber científico: a webloteca.
Por hora - não se contesta -, o uso da Internet é mais do que solução para o avanço e democratização do conhecimento; ele é inexorável. Daqui para frente, somente através de conexão com a rede mundial se poderá acompanhar o ritmo das exigências e das demandas estabelecidas pela dinâmica da sociedade global.
Destarte, é preciso que lancemos mãos à obra a fim de tornar o ensino à distância uma realidade mais palpável para todos os brasileiros. Para isso é urgente que capacitemos, cada vez mais e melhor, professores de todos os níveis. E, aqui, capacitar é também dar condições para que os mesmos rompam o processo de exclusão digital de que são vítimas em razão da penúria econômica a que lhes têm legado os governos.

Itaperuna, quinta-feira, 14 de abril de 2005.



1 - MORIN, Edgar. Educar na era planetária: o pensamento complexo como método de aprendizagem no erro e na incerteza humana. Trad. Sandra Trabuscco Valenzuela. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNIESCO, 2003.
2 - ARANHA, Maria Lúcia de Arruda e Martins, Maria Helena Pires - Filosofando, Introdução à Filosofia. 2ª ed. Moderna. São Paulo, 1998.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esse texto fala a tecnologia desde os primórdios da terra desde da conquista do planeta mesmo depois de muito tempo passado ainda muitas pessoas que tem acesso a tecnologia como nós tem que não nem o que é computador isso é um cumulo porque tem direito a tecnologia mesmo as mais pobres ou sem condição financeira e tem pessoas que tem acesso mas não usa com responsabilidade e só usa brincadeiras e outras coisas como sites proibidos para Menores de 18 anos e não sabe o que pode fazer.