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sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

DOMINGOS 3: O ATAQUE DO GANCHO

Da série "O que os netos nos fazem fazer!"


quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

DOMINGOS 2 - A BELA ADORMECIDA

Da série "O que os netos nos fazem fazer!"


sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Talvez nem tudo esteja perdido

Todos os dias quando acordo
Não tenho mais o tempo que passou
Renato Russo

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 _Não há empreiteiro no céu! É o que diz uma piadinha de salão ao constatar que a obra da ponte que religaria, finalmente, o céu ao inferno, a fim de celebrar a custosa paz entre Deus e Lúcifer, não ficara totalmente pronta. Tinha faltado o trecho que competia ao Criador realizar até o meio do caminho entre as duas potências universais.
Aqui embaixo, no mundo real, o furúnculo fluminense, parece, finalmente que veio a furo. Mas, talvez, nem tudo esteja perdido. Nem todos são garotinhos e cabrais na gestão da coisa pública. Ainda temos mais bons do que maus exemplos ao redor.
Na Escola Municipal Águas Claras, testemunhei uma experiência que é o avesso da lógica patrimonialista. Lá os gestores da escola bancaram, às próprias custas, um projeto para tornar verdade o atendimento às necessidades educacionais especiais como manda a LDB em seu artigo 58. Não fossem iniciativas como essa, que educadores pelo Brasil afora têm patrocinado, a propalada inclusão seria mais uma letra morta com epitáfio vivo rondando o céu da pátria da ordem e do progresso.
Uma coisa é consignar na lei o direito, muito diferente pode ser garantir a realização da justiça. A matrícula de alunos com necessidades educativas especiais é um caso nacional emblemático. Esses discentes têm dificuldades específicas de aprendizagem e/ou limitações no desenvolvimento e no desempenho das atividades curriculares. Se tudo não for feito para que seu percurso escolar seja um sucesso, a inclusão é uma grande e aviltante mentira.
No Águas Claras, uma coalizão de forças e de propósitos reuniu as gestoras Luciene Novais e Elâine Barbosa, a professora Mariley Sarmento e a fonoaudióloga Clécia Souza. O quarteto adquiriu o protocolo CRA (Classificação para Reenquadramento de Aprendizagem) concebido pela neuroeducadora Rosana Mendes, que também acabou tendo sua atenção arrastada para esta experiência em Itaperuna. Foram reunidos os pais para conhecerem e autorizarem a participação dos filhos no projeto.
Tudo o que aconteceu dá seguramente um livro de boas práticas. No resumo, a escola vem de um patamar de reprovação no 3º ano – objeto da experiência – de 19,38% de média nos últimos 5 anos. Em 2015 chegou a reprovar 10 alunos entre 44. Já este ano é diferente! Dos 49 alunos matriculados em fevereiro apenas 3 (6,12%) ainda ficaram retidos. Essa deverá ser a melhor taxa de aprovação dos últimos anos no município. Não é um milagre! É trabalho dedicado! É convicção na possibilidade de superar dificuldades! É fé na capacidade de transformar a realidade sem se deixar vencer pela falta de recursos e pelos maus exemplos vindos do andar de cima!
Do lado de fora da escola são tempos de estupefação. A cada dia somos surpreendidos por alguma novidade que mantém em estado de ebulição o país da pós-verdade. Explico: Post-truth é o adjetivo eleito pela universidade de Oxford para ser a “palavra do ano”. No Brasil e no mundo este tempo é o da pós-verdade, porque sobram conveniências e leniências. A crença pessoal e o apelo emocionado influenciam muito mais a opinião pública do que a verdade. É cada vez mais desafiador separar a verdade da mentira, pois é crescente a indústria da boataria e a síndrome da manada.
As pessoas, sofregamente, compartilham e curtem – com emoji de palmas e outros – postagens nas redes sociais, sobretudo no facebook e nos grupos de whatsapp. Quase acredito que ganham algum bônus em dinheiro ou créditos para navegação cada vez que dão um tinindo – aquela mãozinha com o dedo polegar para cima em sinal de aprovação. A velha premissa de que uma imagem vale por mil palavras é confirmada sem parar pelos emoticons. A linguagem simbólica, segundo dizem, está sendo retomada como nos primórdios do desenvolvimento da língua quando os desenhos antecediam as palavras. Basta olhar os ideogramas pré-históricos constituintes de tantos idiomas como o grego, o egípcio, o japonês e o chinês, por exemplo. Mesmo nesses casos, a subjetividade do emissor exige compreensão do receptor. Não é à toa que tenho compartilhado um dito que é a narrativa deste século: “falta amor no mundo, mas o que falta muito mais é interpretação de texto”.
Também sobra. Sim! Sobra falta de vergonha na cara da elite dirigente do Brasil. Vejamos o caso do, agora ex, ministro Geddel. Quem compraria um apartamento, digo, um carro usado dele? Entretanto, dourado pela presidência da república e blindado com apupos por deputados do baixo clero – a base congressual de reserva –, o baiano periga ser canonizado em vida. Em contrapartida, o esforço de educadores do município de Itaperuna é “premiado” com a cassação de direitos e garantias salariais ao apagar das luzes de um governo municipal que só agora diz ao que veio.