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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Dilma continua


Mais do que os nomes de Dilma e Aécio, o que esteve em jogo nessas eleições foi um projeto de Brasil. No embate, digladiaram-se a parte dos que queriam mudança sem risco e a dos que queriam mudança a todo custo. A palavra “mudança” permeou o debate das eleições na esteira das manifestações de junho de 2013. Entretanto, do modo como foram apresentadas nos planos de governo, no horário eleitoral gratuito, nos debates televisivos, nas mídias sociais, as “mudanças” pareceram aos eleitores uma coisa muita difusa e pouco objetiva. Tanto é assim, que venceu o pleito a campanha que convenceu os eleitores de que melhoria é mudança, de que avanço é mudança, de que ampliação é mudança, de que tocar pra frente é mudança. Ou seja, que se pode fazer mudança no continuísmo das grandes políticas públicas.

Particularmente, defendi e apoiei a candidatura vitoriosa de Dilma Roussef com mais entusiasmo do que o fiz em 2010. Em sua primeira eleição, votei em Dilma por causa do Lula, por causa do PT, por causa da esquerda. Agora, não! Votei em Dilma por ela mesma. Pela grande surpresa que foi como administradora do legado da transformação do país. Somente quem não quer ver há de negar o quanto o país mudou e está transformando para melhor a vida das pessoas mais simples.

A vida tem grid de largada. Cada indivíduo começa sua caminhada de um determinado ponto do progresso social. Mas no Brasil, era enorme a quantidade daqueles que ficavam na rabeira, sem nenhuma chance de participar desta corrida, desanimados com a própria sorte e crentes num determinismo perverso. Gerações de brasileiros estavam sujeitas ao conformismo e à reprodução da grande injustiça que é a falta de oportunidade.

Quando olho para este país de duas décadas para cá, o que vejo é uma impressionante transformação.  Há uma política de ações afirmativas que, em pouco tempo, fez superar a discriminação e a exclusão de milhões de brasileiros que de outro modo não teriam acesso à educação, à saúde, ao emprego, aos bens materiais, à proteção social ou ao reconhecimento cultural.
 

A presidenta Dilma venceu as eleições porque se apresentou como a mudança segura para a maioria dos eleitores. Não se elegeu como a menos pior. Ao contrário. Esta foi uma eleição onde se apresentaram grandes nomes da diversidade ideológica da política nacional. Também o Brasil não sai divido, como insistem alguns, destas eleições. Penso que a disputa entre os projetos de Brasil travada no primeiro e reafirmada no segundo turno aponta eixos bem marcados que, infelizmente não foram muito discutidos em razão do formato da campanha. De toda sorte, esses eixos estão amarrados por uma questão comum que considero a base de toda ação a partir de agora: a reforma política. A reforma das instituições políticas resume não apenas o anseio dos brasileiros todos, mas a condição para que possamos continuar avançando.

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