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sábado, 9 de julho de 2016

Olha o voto! Quem dá mais?!


Deve haver dois ou mais motivos para que as eleições municipais estejam tão mornas em pleno julho. É um paradoxo que, num país onde a população tem saído ininterruptamente às ruas nos últimos 3 anos em manifestações políticas dos mais variados matizes, se veja agora este marasmo quanto às próximas eleições municipais, logo elas que são as mais próximas do povo. Será que a realidade da política nacional jogou nas cordas o sistema político brasileiro afastando de vez o povo do processo eleitoral? É uma possibilidade.
Certo mesmo é que a justiça eleitoral mexeu no calendário das eleições de modo que as campanhas ficaram mais próximas do fim. Para isso, entre outras medidas, reduziu de 90 para 45 dias o prazo legal de campanha e criou mais dois canais para denúncia de malfeitos: uma página do facebook (https://www.facebook.com/trerj) e o número (21) 995335678 de whatsApp. O tribunal eleitoral está de olho, principalmente, nas propagandas antecipadas (antes de 16 de agosto) e no abuso do poder econômico.
Uma razão concreta para o desânimo dos políticos é a posição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que tenta banir de vez o financiamento empresarial das campanhas. Isso tem sido o pesadelo de várias candidaturas, sobretudo as que tradicionalmente se organizam por grupos de poder econômico país afora.
Em Itaperuna, conhecer um pouco da história eleitoral do município pode ajudar a antecipar o que está por vir. Não precisa muita experiência na análise, pois em nosso município os resultados eleitorais não surpreendem. Costumo dizer que aqui, o grupo de poder é único, mesmo não sendo totalmente hegemônico. Nenhum candidato a prefeito, até hoje, se elegeu fora do reich.
Geralmente, a um ano das eleições se percebe o movimento do jogo político. Claro que para a candidatura da chamada situação, um pleito está sempre emendado no outro, pois, com o instituto da reeleição (1997), um prefeito pensa nisso desde o início do mandato. Por cá é tradição que antes do jogo jogado, o número de candidatos a prefeito é sempre inflacionado. Para este ano já temos 6, mas a história mostra que nunca vão para a disputa mais do que 4. Uma particularidade quanto ao financiamento de campanha chama muito a atenção de quem pesquisa o processo eleitoral na cidade. Acho da maior importância reiterar essas informações públicas sobre o financiamento, pelo menos das candidaturas majoritárias, que não é muito diferente do que ocorre com as coligações de modo geral, até porque, o tema surge com muita força neste próximo pleito. Para caber neste artigo, a pesquisa se restringe às eleições deste século XXI.
Em 2012, o candidato eleito – Alfredão – teve 56,9% de sua campanha financiada por empresas direta e indiretamente. É curioso que entre os candidatos que chegaram quase empatados respectivamente em 2º – Paulada – e em 3º – Dr. Roninho – somente esse teve financiamento empresarial da ordem de 32,4%.
Já o vencedor das eleições de 2008 – Claudão – não teve um único tostão dos empresários da cidade. O segundo colocado – Daruís – foi ajudado em 67,2% de suas despesas por empresas. Aliás, este foi o ano em que saiu derrotada, pela primeira e única vez a candidatura que investiu mais e apresentou a maior despesa de campanha. Explicação: venceu a memória afetiva do povo. Uma excepcionalidade que sempre escapa às pesquisas de opinião!
Nas eleições de 2004, a campanha mais cara – Jair Bittencourt –, que teve 67,2% de financiamento empresarial, é que saiu vitoriosa tendo gastado o dobro da despesa do segundo colocado.
Desde quando nesse país o voto se tornou obrigatório, é que se “institucionalizou” sua compra e venda. Pode parecer um exagero, mas sempre digo que, salvo poucas e honrosas exceções, os mandatos neste país são comprados. Isto é, o preço do voto é o novo cabresto. Não é gratuitamente que se aculturou o povo de que a democracia – que pretensamente é o regime da civilitude – somente se legitima pelo voto. E o voto se tornou solução dos dissensos. Por meio do voto tudo se resolve: desde a escolha da cor do piso da sala até se se mantém um país na União Europeia ou não, passando agora pelo voto para diretor de escola estadual há pouco aprovado na ALERJ.
Só pra lembrar: de ordinário, nas eleições municipais, quem gasta mais dinheiro é eleito prefeito, vereador, o diabo a quatro. Tendo por base as eleições de 2012, aviso aos candidatos a prefeito que o voto aqui custou R$ 8,98. Quem pagou R$ 13,80 virou prefeito de Itaperuna.

 Publicado na OFF - julho/2016

quarta-feira, 8 de junho de 2016

O juízo, afinal!

Definitivamente, a palavra delação entrou no vocabulário do povo brasileiro e, ao que parece, promete vida longa.
Antes, lidávamos com a prática da CONFISSÃO. Ainda que fosse obtida de modo coercitivo, vinha a público como sendo a manifestação livre da vontade do réu. Eivada de mea culpa, a confissão comprometia a inocência de quem a fazia, pois desnudava seus planos e malfeitos. Mesmo assim, era algo pessoal e somente excepcionalmente se evocava a atuação de coadjuvantes e figurantes.
Quanta diferença da delação! Essa confissão moderna e premiada que aponta apenas os erros e infrações dos outros. O prêmio não é apenas ver o algoz em maus lençóis. Serve para diminuir ou aliviar de vez a pena de quem desnuda o crime contra quem o quer esconder. Ou seja: ao dedo duro, os louros e a amnésia social.
Principalmente quando se trata da formação de bando, quadrilha ou rede, que tem sido o modus operandi tão facilitado pelas novas tecnologias, o instituto da delação premiada (elevado a essa categoria somente na década de 1990), segundo se diz, tem servido à justiça brasileira no desvendamento de crimes, principalmente, contra o erário por parte de agentes políticos e de governos. Não há um único dia, desde o início da chamada Operação Lava Jato, sem que sejamos informados sobre trechos de delações e também de grampos telefônicos, ilegais ou não, de atores do jet-set nacional.
A esse respeito, quando se misturam confissão, delação e espionagem, digo, investigação, é que se descobre que isso é o TODO do sistema de apuração de crimes. E talvez seja este o ponto nevrálgico: a tênue linha divisória entre investigação e espionagem.
No plano internacional, por exemplo, os EUA alegam que as revelações de Edward Snowden não são sobre espionagem contra governos e grandes corporações, mas monitoramento investigativo. Ou melhor: um programa de vigilância a favor da paz mundial. Como diria Confúcio: arranjem a crença, que eu lhes arranjo os crentes.
Já na Itália, dá-se conta de que as delações prosperaram tanto que sua influência inspira a Justiça mundo afora. Em troca do perdão judicial, o “arrependido” Buscetta (o Tommaso) dedurou deus-e-o-mundo da Cosa Nostra. Não digo MÁFIA, pois, aqui, são tantas e indistintas que o leitor não iria saber se falava sobre a do ISS paulista, a da merenda escolar, do trabalho escravo, do tráfico de drogas, dos planos de saúde, de mulheres, de influência, da BRANCA etc. “Deus sabe a força de um adjetivo, principalmente em países novos e cálidos”, diria o machadiano Brás Cubas.
No Brasil, a Justiça já tirou, nem sei quantas vezes, o Whatsapp do ar, já determinou prisão do vice-presidente do Facebook, mas não consegue colaboração numa simples investigação de tráfico de drogas. Nesse campo, parece que as delações recompensadas não prosperam.
Agente secreto, investigador, intercepção telefônica, espionagem, criptografia, gravação de áudio e/ou vídeo tudo isso me remetia especialmente à ficção da minha juventude nos anos 70/80, tempo de ler e ver Sherlock, 007, Mata Hari, Dick Tracy, o brasileiríssimo Ed Mort, Virginia Hall, Rabugento. Pensei que tudo isso tivesse ficado para trás, naquele tempo em que o máximo de indiscrição era feita por uma janela, às vezes com um binóculo. As delações mais os áudios gravados às escondidas, sendo seletivamente postos na imprensa a cada dia, ainda evocam as estórias de Agatha Christie.
Daí é que me vem nascendo uma preocupação com esses tempos de diga-me o que postas, curtes e compartilhas que eu dir-te-ei quem és: o registro indelével da memória guardado pelo serviço de espionagem e invasão de privacidade da vida alheia em algum super HD planetário. Para simplificar, sendo itaperunense, chamo de ITC, Inventário de Todas as Coisas. Quando essa teoria superar meu provincianismo, vou batizar de CT, o Cadastro de Tudo. Não quero assustar você, mas ele já existe. Os escatologistas dizem que no grande último dia, essas coisas que fizemos, falamos, escutamos, escrevemos, compartilhamos, curtimos com KKKK e pelas quais batemos palmas irão, uma a uma, aparecerem num grande telão para todos verem.
Por isso, faz tempo que tenho tido um estranho desejo de também fazer uma delação premiada.

 Publicado na OFF - junho/2016

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Entre o antagonismo e o protagonismo juvenis


A partir de certa idade, precisamos fazer como João e Maria: ir deixando marcas pelo caminho a fim de facilitar a volta, torcendo para que passarinhos não sacaneiem.
Traço mapas mentais no intuito de manter o fio da meada. Para a cafeteira não ficar funcionando o dia todo, deixo uma xícara limpa solta na bancada. Ao sair, vejo-a! Lembro que a cafeteira está ligada. Tomo o último cafezinho antes de apertar off. A xícara é o link com o meu paiol de lembranças. Minha memória RAM, a que organiza todo o saber, não está 100%. É a envelhescência! Tudo fica mais devagar.
Na juventude é o contrário. O jovem tem uma memória organizativa enorme. Está sempre de prontidão. É voluntarioso!
Imaginemos que haja dois tipos de memória: de curto prazo e de longo prazo. Gosto de compreender isso como uma mesa de estudos. Nela está o necessário para realizar um trabalho: livros, papéis, canetas, lápis, borracha. A mesa é a memória de curto prazo ou provisória. Quanto maior, mais materiais podemos colocar sobre ela. Cada um dos materiais é a memória de longo prazo com toda informação que se vai acumulando pela vida.
O tipo de memória predominante faz a diferença entre jovens e adultos. Também a qualidade dos processos de adquirir, armazenar e recuperar.
Os mais velhos têm um HD grande com muitas informações de cada assunto. Em contrapartida, a “mesa de trabalho” é pequena e a pesquisa lenta. Já os adolescentes têm espaço na mesa para vários HDs cheios de itens variados; entretanto, o conhecimento de cada assunto é raso, com pouca informação acumulada.
Esse introito desmedido é para conversar sobre o movimento de OCUPAÇÃO das escolas da rede estadual do Rio de Janeiro. Também para dizer que à vista das diferentes formas de constituir e utilizar suas lembranças, adultos e jovens fazem profícua parceria quando seus interesses se afinam. Para o bem ou para o mal.
Neste dia de São Jorge, o número que aparece na mídia é de 72 escolas ocupadas em apoio à greve dos professores. Juntaram aí as memórias.
Vejo as notícias dos estudantes “ocupados” dentro das escolas – pelo menos as imagens liberadas. Observa-se uma superorganização dos meninos e meninas na partilha e execução de tarefas, no cuidado com a infraestrutura predial, no zelo pela limpeza, na segurança, na alimentação. Penso que as escolas ocupadas estão em melhores mãos que as outras cujos gestores insistem em fazer funcionar com infraestrutura ruim; precário serviço terceirizado; sem porteiros; com quadro incompleto de professores, pois há uma greve.
Nas ocupações, quanta diferença! Os estudantes, parece, agora, estão completamente apaixonados pela escola. Nenhum deles está pensando em ano letivo. Se há terceiroanistas, não reclamam a falta de habilidades e competências para pontuarem bem no ENEM, cujas inscrições começam em 9 de maio.
As reinvindicações não são surreais frente ao aperto econômico do governo. Afinal, as ocupações são um sucesso! Recebem visitas de autoridades jurídicas, apoio de alguns pais, e, claro, do sindicato dos profissionais da educação, afinal: “tamo junto”!
Mesmo não havendo diálogo com os “ocupados” e seus apoiadores, talvez o Estado não devesse ir à luta por reintegração de posse. As ocupações são um fim em si mesmas e barateiam os gastos com as despesas correntes. Esperemos que os articuladores intelectuais e financeiros das invasões botem a cara para fora e granjeiem o bônus e o ônus político do movimento. E, quando quiserem, saiam pacificamente cansados ou desentendidos.
A sociedade tem sua própria mobilização. E não é passiva e nem considera tudo natural. Os responsáveis têm buscado transferir os filhos para colégios onde não haja greve. Do mesmo modo, a SEEDUC tem que oportunizar isso aos alunos que precisam garantir o ano letivo. Se a judicialização do imbróglio dá ganho de causa a quem constrange o direito de estudar, a saída é procurar outra escola. Lembro que a educação básica é um direito público subjetivo. Não está descartada a matrícula do aluno numa escola particular às expensas do Estado. Além disso, há os que ensaiam um contramovimento que se divide em duas frentes: “NÃO OCUPA” e “DESOCUPA JÁ”.
O jovem de todos os tempos sempre protagonizou ações que pareciam antecipar o fim do mundo para os mais velhos. É uma marca juvenil essa capacidade de produzir o insólito. Primeiro a adesão; depois, às vezes, a justificação. Ficamos na torcida para que esta juventude não seja apenas a “banda numa propaganda de refrigerante”.
Sócrates (470-399 a.C.) dava conta do uso diferenciado da memória entre os jovens e os adultos. Explicava que essa memória estendida de curto prazo podia levar a comportamentos que ele traduzia como amor ao luxo, má educação, desprezo pela autoridade, falta de compreensão para com os mais velhos, gosto pela tirania e por aí vai. Isso, claro, é uma generalização. Não o é, entretanto, dizer que os alunos das escolas ocupadas as querem de volta, pois não podem perder o ano à toa.
Entre o antagonismo e o protagonismo juvenis, cabe nos acostumar a esta agenda do século XXI.

Publicado na OFF-maio/2016

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Tem um chafariz no meio do caminho


Muito da história político-administrativa de Itaperuna pode ser contada na súmula feita em camadas que é a avenida Cardoso Moreira. Pouca gente jovem sabe, mas há uma via central e um leito de estrada férrea inteiros soterrados pela alameda que hoje, apesar de malcuidada, enfeita o centro da cidade e ameniza, com seu correio duplo de árvores e arbustos, o sol cáustico que paira sobre nós.
http://www.estacoesferroviarias.com.br/efl_ramais_2/itaperuna.htm
A avenida, até o final da década de 1970, era um elogio rendido às máquinas automotivas, poucas, mas impávidas, que serpenteavam incólumes pelas três largas pistas. Seus privilegiados proprietários criam no fim do transporte férreo para que a cidade “fosse limpa” dos trilhos que a “enfeavam” e davam-lhe um ar provinciano de atraso tecnológico. A Estrada de Ferro Leopoldina orgulho desenvolvimentista , inaugurada em 1881, é desativada em 1977 por motivos subterrâneos cuja explicação merecem outra oportunidade.
No futuro, o sítio arqueológico de Itaperuna irá contar uma história interessante de como foram os governos municipais de nossa cidade a partir do final da ditadura militar. O corte neste período é em respeito aos leitores contumazes desta página da OFF que não poderão se recordar de tempos mais distantes em que ainda não eram nascidos. Além do que, somente a partir da Constituição de 1988 é que os municípios ganham o poder de se auto-organizar. Antes, até para arranjar um paralelepípedo da rua era preciso a autorização do governador biônico do Estado.
Vê-se de estalo que o prefeito Claudão (1º mandato - 1983 a 1988), ainda que apenas no final do governo, inaugura na administração do município essa, diríamos, vantagem competitiva: melhora a arrecadação do tesouro da cidade a partir da autonomia fiscal trazida pela redemocratização do país e os ventos constitucionais. Por esse tempo, forja-se talvez uma camada definitiva que é a construção do canteiro central da Cardoso Moreira, projeto arquitetônico do CREA, do qual nos orgulhamos, sobretudo porque criou um marco fundamental na disputa pela ocupação do solo urbano. Mesmo com os erros que o desenho do canteiro ainda apresenta, como é o caso da descontinuidade do calçadão para preservação dos cortes das ruas transversais, é como se a cidadania pedestre marcasse seu gol de placa contra a invasão dos automóveis ensandecidos.
De lá para cá, nenhuma evolução. Somente as árvores fizeram seu papel de crescerem fortes para sombrear de ponta a ponta a artéria fundamental da cidade. Além da iluminação de gosto duvidoso e outras maquiagens, em 32 anos, o calçadão não recebeu a propalada ciclovia e nem o estacionamento rotativo. Mas em compensação, ganhou um emblema: um chafariz que é verdadeiro artefato arqueológico a céu aberto.
O símbolo em homenagem ao ex-vereador Hermes Leite era para ser uma instalação sensitiva com ênfase na visão e na audição. Contudo tornou-se marco da disputa mesquinha da política brasileira que tem por mote deixar inacabadas as obras dos opositores. Quando dão continuidade ou reformam, tentam se apropriar da autoria com o fito de apagar da memória popular o benfeitor.
Fingir que não estava vendo um chafariz agonizando no meio do caminho foi a atitude pouco republicana do prefeito Péricles em seus dois seguidos mandatos de 1997 a 2004, mesmo podendo pedir música no Fantástico. Mudou a estratégia, em 2005, o então prefeito Jair Bittencourt. Viu que tinha um chafariz no meio do caminho. “Revitalizou-o” diminuindo seu tamanho original sem calcular a pressão d’água nas serpentinas. Desse modo, no dia da “inauguração” o chafariz, que tinha ficado mais feio, se vingou molhando parte dos convidados e autoridades.

Resultado de imagem para chafariz itaperuna
http://www.paulorobertonews.com/2014/12/sera-que-teremos-chafariz-novamente-em.html
Mesmo assim, o povo continuou ligando a criatura ao criador. Então não teve outra solução se não o abandono. No 3º (meio) mandato do Claudão também não se cuidou da fonte acqualuminosa, que continuava no meio do caminho, talvez aí por se acreditar (?) que ela era obra do Jair. No brevíssimo governo Paulada a fonte era de somenos diante de tantos interesses inconfessáveis. Já o prefeito Alfredão que é uma rima; mas não uma solução, diria Drummond tem feito o possível para apagar o chafariz do Claudão da memória popular. Primeiro veio a indiferença, depois o projeto de modificação que ficou pelo meio do caminho e só fez deteriorar ainda mais a instalação –, agora o reconhecimento de que não é prioridade nesses tempos de piora na arrecadação.
O chafariz tem estórias suficientes para um romance russo, cheio de nomes, personagens e tramas. É um túmulo aberto diante do qual parece que os governantes preferem apertar o botão de DANE-SE.

Publicado na OFF - abril/2016