O outdoor ao fundo é
uma resposta à direita orgânica de Itaperuna que, recentemente, assinou uma
peça publicitária na qual generaliza o apoio dos nossos concidadãos ao atual
presidente da república.
Viver numa democracia,
ainda que ameaçada - ou em vertigem -, dá-nos a prerrogativa de levantar o
braço e pedir para falar, apoiar, contrapor, fazer reparos e emitir juízos
quando for pertinente. Como diria Churchill: "A democracia é o pior dos
regimes políticos, mas não há nenhum sistema melhor que ela." Se essa é
uma certeza do mundo moderno, não se pode cruzar preguiçosamente os braços
diante do desafio de aprimorar, a cada dia, esse modo de convivência social e
de gestão da coisa pública.
O pais vive uma grande turbulência política. Além do quadro nacional, que inspira cuidados, a realidade local é devastadora.
Nos últimos anos, o município tem
sofrido bastante com as escolhas que os cidadãos itaperunenses realizam. Esta
última, então, é de lascar. Uma acachapante vitória da "Família 22"
parece agora um avassalador estelionato eleitoral. Infelizmente, nosso povo
reluta em ler. Não falo apenas dos Planos de Governo - uma obrigatoriedade que
a Justiça Eleitoral impõe aos candidatos a prefeito -, mas também a leitura dos
sinais que andam por toda parte, na biografia oralizada. Como se isso não
bastasse, as disputas eleitorais parecem não terminar com a eleição. Cada dia
temos um novo turno, cada semana um bate-boca pelas redes sociais, ruas e
amarelinhos. Cada mês uma nova disputa jurídica. Desse modo, os mandatos vão-se
aos solavancos, ao sabor das intervenções do Poder Judiciário no julgamento dos
malfeitos e das disputas políticas.
Mas nem tudo está perdido. Nossas energias se renovam nos encontros virtuais, na imaginação da cena que poderia ser, na conversa, na resistência, no debate. Ah, o debate fundamental à democracia! que andou tão arredio nesses tempos de desamor, está de volta! Um brinde!
Um comentário:
Seguimos firmes, Zé!
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