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domingo, 5 de maio de 2013

E vamos à Luta por uma Educação de Qualidade!



A educação brasileira – definitivamente na agenda política – parece tomar rumos em busca de melhoria dos resultados. Em se tratando da educação pública, a olhos vistos é possível perceber que uma revolução mais ou menos silenciosa está em curso. Todas as melhorias que se possam fazer em termos de políticas públicas – algumas anunciadas com muito alarde – nada será percebido antes que apareça para a opinião da sociedade. E é exatamente isso que começa a acontecer. Dia desses um pai de origem humilde, por telefone, se dirigiu a uma das diretoras da escola de seu filho cobrando certas atitudes no campo das ações disciplinares. Insatisfeito com o desfecho do caso de seu filho, e à guisa de retrucar a gestora, ponderou, como se jogasse na cara de um desafeto, que os resultados daquela escola, no Ideb, não eram bons.
Isso é um sinal: no mínimo, a média dos pais/responsáveis tem o conceito mais aparente do que seja o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica e o que ele representa na avaliação de uma unidade de ensino.
Por mais que alguns teóricos da educação tenham ojeriza às medidas educacionais proporcionadas pelas avaliações externas, não podem negar que é avaliando que se verifica a qualidade da educação. E quanto mais se avalia no percurso educacional, mais próximos estamos de garantir qualidade do processo. De nada adiantaria, ao final de um curso, verificar que o aluno não aprendeu. Aí, como se diz no popular: “a vaca já foi pro brejo com corda e tudo”.
Acho importante dizer que, a despeito dos sistemas de avaliação da educação se constituir em instrumentos fundamentais no aprofundamento da reforma pela qual estamos passando, eles não são consensuais. Há ameaças à continuidade dos avanços que temos alcançado nesses últimos tempos. Há gente que é contra o Saeb, a Prova Brasil, o Enad, o Enem, o Saerj, o Saerjinho e tudo o mais. Algumas vezes são contra só pra contrariar.
Dia desses, ocupei-me em ler a pauta de reivindicações do SEPE – o sindicato estadual dos profissionais de educação do Rio de Janeiro. Fiquei impressionado com a desfaçatez: sob o manto roto do igualitarismo, a direção do sindicato se põe contra a certificação de professores e de toda a política meritocrática da Seeduc (Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro). Ultimamente temos visto no Brasil que o movimento sindical, infelizmente, se partidarizou ao extremo e, tendo perdido o discurso das grandes causas se agarrou ao das pequeninas, desimportantes e particulares. A certificação pretendida pela secretaria é um moderno modelo de reconhecimento das competências do professor. Daqueles que buscam se atualizar em metodologias que melhoram a aprendizagem de seus discentes. É uma premiação ao profissional que está sempre atualizado, que investe em sua carreira, que se destaca pelos resultados de seu trabalho. Ao combater o programa de certificação, tenta-se também minar a política de meritocracia que, em resumo, reconhece o talento e o esforço individuais do profissional da educação e permite que ele progrida tanto horizontal quanto verticalmente na carreira, sem prejuízo para as ações coletivas de cada escola.
Estamos agora no meio dessa batalha: de um lado, as forças do atraso alimentadas pela ideologia do igualitarismo, do mesmismo e dos interesses político-partidários que dominam hoje o sindicato dos professores - que outrora encabeçara tantas lutas importantes para a categoria e também para a democratização do país. De outro, a nova educação pública de qualidade e equidade, que presta contas à sociedade dos resultados dos alunos, que faz processo seletivo para os cargos estratégicos da gestão das escolas e da própria secretaria; que melhora as condições de trabalho e a remuneração dos professores, que investe na melhoria do ambiente das salas de aula e das demais dependências da unidade escolar; que inaugura uma real cooperação entre as redes estadual e municipal; e que agora quer certificar seus professores dando a eles, por seus próprios méritos – e não por indicação política –, a oportunidade de praticamente triplicarem, em três anos, os seus proventos e poderem levar esse ganho para a aposentadoria.
Não é aceitável a posição defensiva do SEPE, mas ela é compreensível: o sindicato entende que professores parados no tempo e no espaço, ideologizados pelo sonho do igualitarismo – do tipo: _Não preciso fazer nada para melhorar, pois o que a categoria ganhar TODOS ganharão. – são muito mais fáceis de manipular, pois a compreensão que têm sobre remuneração é a de que deve ser a maior possível, independentemente da utilidade que têm e do quanto são capazes de motivar e ensinar os discentes sob a sua responsabilidade.
Essa luta não é a história do bem contra o mal e nem a do mau contra o bom. Mas é necessária a fim de retirar o Cavalo de Troia do igualitarismo de dentro da Educação. No endereço eletrônico http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=P2013N38926 há uma petição pública pela manutenção da MERITOCRACIA. Os que entenderem a luta e estiverem dispostos a vencer irão até lá para exercer o direito de se manifestar.

Publicado na Estilo OFF - maio/2013

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