Colocar o rei no samba é uma coisa,
quero ver é enfiar o samba no rei.
Decididamente o povo brasileiro tem saudades da monarquia. Ela se foi quando em 1889 proclamaram a república. Mas o sebastianismo – esse sentimento de que seremos salvos miraculosamente de todas as mazelas por um morto ilustre que ressuscitará a qualquer hora – parece dominar o inconsciente coletivo da nação. Há pessoas que são mais do que crentes, são crédulas, isto é, ingênuas e adoram escatologia. Por mais que achemos tudo isso bobagens de gente ignorante, é difícil, e muitas vezes inglória, a luta por manter o remo contra a maré e avançar correnteza acima contra um sistema cultural tão arraigado.
Preciso recordar ao leitor aquelas situações em que tudo parece desfavorecer nossas crenças, em que as chances são quase inexistentes, em que apostamos numa salvação de última hora, onde as possibilidades são uma em um milhão, e, mesmo assim, esperamos contra toda a esperança; desafiamos a lógica e acreditamos que o Boa Vista seria campeão da taça Guanabara. Debalde! Juntamos os cacos de esperança, afiamos a língua e desfiamos impropérios contra a realidade, essa maldita nua e crua.
Ora, essa coisa de “esperança é a última que morre” é uma covardia que o sistema não inventou, mas cuida de manter viva e forte, para gestar nos ignorantes a crença de que uma causa flagrantemente perdida poderá ser ganha por uma intervenção mística, sebastianista. Mesmo sabendo que a Mangueira não seria campeã com o primoroso enredo em homenagem ao centenário de Nelson Cavaquinho, eu torci e, até as notas do último quesito, esperei uma virada. Embalde! Quase rasguei as roupas e cobri a testa de cinzas, era quarta-feira.
A questão é que somos monarquistas de pai e mãe. Isso não escapa ao marketing – essa prostituta das ciências – que usa para conquistar seus objetivos o senso comum de que o melhor é sempre aquilo que não temos, e vai-nos “educando” para o consumismo. Ora, consumir nem sempre significa comprar. Basta que algo se torne objeto do desejo, que muitas pessoas tenham a esperança de tê-lo a fim de que se torne top trend e se inflacione.
A realeza é o nosso desejo mais recôndito e a vassalagem a fantasia que nos cobre a inveja inconfessa. Daí que, sob um regime presidencialista, embalamos o sonho imperial com as alegorias de coroa e cetro distribuídos aqui e acolá aos escolhidos do grande irmão. Arranjamos rei, rainha, princesa, imperador e outros nobiliárquicos para tudo: da MPB ao IFC (Inacreditável Futebol Clube), do carnaval à sucata, passando pelos “baixinhos”, pelo pó, pelo swing, pelo voto, pela contravenção e pelo rock também, é claro.
Faz tempo que não assistia ao desfile das Escolas de Samba do Rio de Janeiro na televisão. Confesso que vi passarem a maioria da noite de domingo e todas da segunda-feira, apesar da transmissão da Rede Globo que quase torrou minha paciência de aficionado pelos enredos de carnaval. Encantei-me pela Mangueira e pelo Salgueiro, que mesmo estourando o tempo, fez um belo ziriguidum. O resto, com todo respeito, era merchandising. Como disse o Aldir Blanc – autor de “O bêbado e a equilibrista” – precisamos decidir se a estrela do carnaval é o SAMBA ou outra coisa.
Pois bem, cansei! Não aceito mais nenhum monarca imposto, sem moção popular, sem a preferência nacional. Eu votei contra isso em 1993, no plebiscito, lembro-me agora. Então quero mesmo mandar esses nobres de presente para o povo do Bahrein, os ingleses, os suecos, os espanhóis, os japoneses que cultivam a esperança de que a realeza tem outorga divina. A única exceção fica para Momo, mesmo assim, somente durante o carnaval, pois é um rei que dá samba.
Passei o carnaval na praia de Santa Clara (São Francisco de Itabapoana). Lá a prefeitura quis o povo pulando atrás do trio elétrico. Os jovens gostaram muito. É barato e funciona. Em Itaperuna..., não sei. Não estava por aqui. Dizem que o povo tinha muita esperança e ficou esperando... esperando...
Publicada na Revista Estilo OFF - março/2011
36 comentários:
Caro amigo
Toda forma de poder,
só tem seu valor,
quando leva a igualdade,
e não a privilégios.
Palavras sábias as escritas
neste texto.
Que haja em ti sempre sonhos
por sonhar.
o assunto principal do texto fala da ingenuidade das pessoas que acreditam nas coisas que nunca viram basta apenas uma dizer que viu e pronto fica todo mundo acreditando.
Bom, pessoas acreditam demais em que não vêem, e acreditam no que ouvem ..
Zé sempre com suas palavrar dificeis , né?
fui, abraços .
O professor Zé Luiz foi bem franco em seu texto .
Assunto principal do texto: "As pessoas acreditam muito no que elas nunca viram ."
O assunto do texto fala das pessoas que acreditam em coisas que nunca viram são superticiosas e acham que tudo se leva no jeito brasileiro ¨vou dar um jeitinho¨...
Eu achei legal o que ele disse qe as pessoas estao 'vivendo' sem saber o que está acontecendo na sua vida elas nao estao vendo as 'coisas' na realidade.
Aluno:CAIO FOLLY 8)
Sempre esqueço da minha turma uhsahhsahus 901
o assunto principal do texto fala da ingenuidade das pessoas que acreditam nas coisas que nunca viram basta apenas uma dizer que viu e pronto fica todo mundo acreditando.muito bom o texto.
Muitas Pessoas acreditam em coisa que não vêem e sim acreditam no que ouvem..
o daniel nem sabe oq ta falando esse mentirosso
gente é para fazer o dever ta direito
o daniel so sabe collar do soltro porq nao sabe nada seu borroooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo
o alan x9
o que o texto está falando fazendo uma comparação sobre o samba e as monarquias , foi muito legal o texto , eu gostei muito ..
Assunto principal do texto é:
As pessoas acreditam demais no que elas não viram.
O assunto principal do texto e sobre as burriçe das pessoas que acreditam em qualquer coisa que falan com elas!
RSRS
Se eu naum fosse essa menina intelectual,esperta e q lê mtoo..
eu naum entenderia uma só palavra.,
(prof' zé luiz:somos adolescentes...)
Mas é verdade q o povo brasileiro está acostumado a acreditar em td q se fala,e q somos as maiores marias-vão-com-as-outras..
vlw
XD(1002)
a Igenuidade acaba coma as pessoas, hoje em dia as pessoas acreditam muito nas outras pessoas!
Assunto principal do texto é:
As pessoas acreditam demais no que elas não viram.
''Alunos bons apredem errado,
Alunos fascinantes, aprendem com os erros dos outros. ''
''Alunos bons apredem errando,
Alunos fascinantes, aprendem com os erros dos outros. ''
1002
o blog quem ler sabe escreve com o profesor zé luiz aprendemos varios objetivos diferente do dia a dia por isso estou sempre asessando.
tchal
o assunto desse texto ,indica uma forma de pessoas pensarem,uma coisa oque nao sao de verdade.Coisas dificieis de acontecer.
As vezes mentiras,coisas que nunca aconteceram se tornam ,verdade sem ser verdade.as pessoas inventam muito..
A maioria das pessoas acreditam no que não se ve, e se vira para a realidade que esta acontecendo.
Zezim, sempre com suas palavras dificeis.
professor
adorei esse texto ,muito interesante!!
assim mostra para os alunos para terem interese em algo!!
que o senhor sempre tenha sonhos para nos fala!
otimo esse texto!
interessantisimo para todos!!!
As pessoas acreditam no que quizer, cabe a elas serem ignorantes ou não :D
o asassunto é bom mais tinha que ter mais alguma coissa amais
ficou bom essa história é boa mas ta faltando alguma coisa.
Cada um tem um modo de pensar, o do autor um pouco realista. O autor retratrou o samba e a politica mas não foi muito direto.
O texto tem um titúlo muito diferente mais a história é super interesante pois fala como foi que o brasil se tornou republica o texto não era o que eu pensava isso me surpreendeu adorei
o blog quem ler sabe escreve com o profesor zé luiz aprendemos varios objetivos diferente do dia a dia por isso estou sempre asessando.
tchal.
texto legal.
A igenuidades da humanidade as veses trasem broblemas porque acredita nas coisas que numca viran e fala támbem muinto do sambaa ea monarquia>?> adorei zezim
O texto de inicio parece ser chato no inicio mais depois fala sobre a historia como o Brasil se tornou republica ....
ha e toda a historia do Brasil e interessante..
bjsss....:)
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