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terça-feira, 15 de setembro de 2020

Conversa na TRAVESSIA

Os itaperunenses temos feito escolhas políticas muito ruins há tempos. A silepse é uma retórica de cortesia, pois o meu voto não ajudou a eleger os mandatários municipais há pelo menos 3 décadas. De toda maneira, a paisagem pode mudar em meio ao caos. Teimo em não desistir de um município onde viver seja uma feliCIDADE. Para isso servem as utopias: fazer a gente continuar a busca.

outdoor ao fundo é uma resposta à direita orgânica de Itaperuna que, recentemente, assinou uma peça publicitária na qual generaliza o apoio dos nossos concidadãos ao atual presidente da república.

Viver numa democracia, ainda que ameaçada - ou em vertigem -, dá-nos a prerrogativa de levantar o braço e pedir para falar, apoiar, contrapor, fazer reparos e emitir juízos quando for pertinente. Como diria Churchill: "A democracia é o pior dos regimes políticos, mas não há nenhum sistema melhor que ela." Se essa é uma certeza do mundo moderno, não se pode cruzar preguiçosamente os braços diante do desafio de aprimorar, a cada dia, esse modo de convivência social e de gestão da coisa pública.

O pais vive uma grande turbulência política. Além do quadro nacional, que inspira cuidados, a realidade local é devastadora.

Nos últimos anos, o município tem sofrido bastante com as escolhas que os cidadãos itaperunenses realizam. Esta última, então, é de lascar. Uma acachapante vitória da "Família 22" parece agora um avassalador estelionato eleitoral. Infelizmente, nosso povo reluta em ler. Não falo apenas dos Planos de Governo - uma obrigatoriedade que a Justiça Eleitoral impõe aos candidatos a prefeito -, mas também a leitura dos sinais que andam por toda parte, na biografia oralizada. Como se isso não bastasse, as disputas eleitorais parecem não terminar com a eleição. Cada dia temos um novo turno, cada semana um bate-boca pelas redes sociais, ruas e amarelinhos. Cada mês uma nova disputa jurídica. Desse modo, os mandatos vão-se aos solavancos, ao sabor das intervenções do Poder Judiciário no julgamento dos malfeitos e das disputas políticas.

Mas nem tudo está perdido. Nossas energias se renovam nos encontros virtuais, na imaginação da cena que poderia ser, na conversa, na resistência, no debate. Ah, o debate fundamental à democracia! que andou tão arredio nesses tempos de desamor, está de volta! Um brinde!