Mesmo não sendo dado a superestimar o passado, tenho saudades de cambalhotas. Todas as crianças, até as que parecem desprovidas de certas habilidades físicas, dão cambalhotas; algumas são capazes de plantar bananeiras por tempos infindos. Quando era menino, e meio gordinho, já ensaiava aquelas cambalhotas, no ar, em que o corpo gira 360° fora do chão. Sabe?! Consegui essa proeza algumas poucas vezes e depois não pude mais, deve ser por causa de ter crescido. Então descobri que gente grande não dá cambalhotas e nem planta bananeiras. Não se trata apenas do impedimento criado pelo enferrujamento do corpo; acho que é porque a alma já não se dispõe mais a brincar. Há também a contribuição do medo: a gente pensa que pode quebrar o pescoço e se entrevar na cama para sempre ou morrer, que deve ser menos pior neste caso.
Ainda que não queiramos, há um dia para se pensar na morte – nossa e dos outros. A cultura ocidental nos ensinou a olhar a morte pelo lado de quem fica vivo. Na magistral obra de Machado de Assis, quando Brás Cubas diz que “não há nada tão incomensurável como o desdém dos finados”, o olhar é do defunto que continua “vivinho da silva” para escrever suas memórias. E a ironia machadiana é tanto mais humana quanto mais tenta nos fazer crer transcendental. De fato, nunca ouvimos ou lemos o pensamento de um morto.
Às vezes cotejamos a vida com a morte. E é por isso que podemos cristãmente desejar a morte para alguém que esteja sofrendo de uma doença incurável, ou que não tenha melhor expectativa de vida plena. Alguns mais abusados querem a morte de quem é mau: _Tomara que morra aquele bandido. Outros ainda desejam a própria morte acreditando que ela seja a solução de seus problemas. Também encontramos gente “disposta” a morrer por outra ou em lugar de outra, por uma causa ou em nome de uma crença.
Fato mesmo é que ninguém fica pra semente. Entretanto, desejamos todos ter uma morte “natural”. Convenhamos! Se nascemos para viver, a morte é algo não previsto, não projetado. Do ponto de vista da ciência, a morte deveria ser apenas e tão somente o fim do ciclo da vida. Como uma árvore que nasce, cresce, dá flores e frutos e, enfim, morre. De um modo ou de outro, ninguém deveria partir fora da hora, não é mesmo?! É muito triste e descabida a morte de uma criança; de um jovem; os pais enterrarem seus filhos; os natimortos. Todos deveriam viver, e bem, até a média de vida da sua comunidade. Isso parece justo. Se não morrêssemos, teríamos de reformar profundamente o sistema previdenciário, o tempo de escolaridade, o seguro de vida, o ingresso na maioridade, a idade indicada para certos programas de televisão, o ECA, o Estatuto do Idoso... essas coisas fugazes.
Mas insisto: se queremos viver muito e bem, é claro que desejamos bem morrer, pelo menos. Admitamos, ninguém quer apagar a lamparina; mas já que isso acaba ficando inadiável, que seja salutar. Então reaprendamos a dar cambalhotas e a plantar bananeiras, pois acho que morrer é isto: um mergulho, um ver o mundo de ponta-cabeça, ir brincar em outra dimensão.
Às vezes cotejamos a vida com a morte. E é por isso que podemos cristãmente desejar a morte para alguém que esteja sofrendo de uma doença incurável, ou que não tenha melhor expectativa de vida plena. Alguns mais abusados querem a morte de quem é mau: _Tomara que morra aquele bandido. Outros ainda desejam a própria morte acreditando que ela seja a solução de seus problemas. Também encontramos gente “disposta” a morrer por outra ou em lugar de outra, por uma causa ou em nome de uma crença.
Fato mesmo é que ninguém fica pra semente. Entretanto, desejamos todos ter uma morte “natural”. Convenhamos! Se nascemos para viver, a morte é algo não previsto, não projetado. Do ponto de vista da ciência, a morte deveria ser apenas e tão somente o fim do ciclo da vida. Como uma árvore que nasce, cresce, dá flores e frutos e, enfim, morre. De um modo ou de outro, ninguém deveria partir fora da hora, não é mesmo?! É muito triste e descabida a morte de uma criança; de um jovem; os pais enterrarem seus filhos; os natimortos. Todos deveriam viver, e bem, até a média de vida da sua comunidade. Isso parece justo. Se não morrêssemos, teríamos de reformar profundamente o sistema previdenciário, o tempo de escolaridade, o seguro de vida, o ingresso na maioridade, a idade indicada para certos programas de televisão, o ECA, o Estatuto do Idoso... essas coisas fugazes.
Mas insisto: se queremos viver muito e bem, é claro que desejamos bem morrer, pelo menos. Admitamos, ninguém quer apagar a lamparina; mas já que isso acaba ficando inadiável, que seja salutar. Então reaprendamos a dar cambalhotas e a plantar bananeiras, pois acho que morrer é isto: um mergulho, um ver o mundo de ponta-cabeça, ir brincar em outra dimensão.
20 comentários:
Eu ainda dou cambalhotas, mesmo que muito raramente. Dia desses me peguei pendurado em um galho de arvore de cabeça para baixo vendo o mundo de outro prisma. Os meus oculos cairam do meu rosto e o menino que mora em mim correu para apará-los no ar. Foi o tempo que bastou para o adulto, que se fez o "dono da casa", ordenar: Desça antes que vc se esborrache no chão.
As vezes penso que envelhecer é esperar o pior da vida. Se o tal menino ainda estivesse por ali, diria com aquele sorriso que lhe era peculiar: "Nao se preocupe que eu te aparo no ar."
Então, Nei! acho que precisamos nos permitir essas estrepolias... sob pena de anteciparmos a morte. Ora, quem quer, de verdade, abreviar a vida?! Não fiz nenhum tratado com a morte. Se quiser, terá que me invadir... sob protesto.
Um abraço, meu amigo.
A morte é só uma fatalida pois tudo que vive morre, tudo que morreu foi vivo.
A morte é uma coisa inevitavel, por isso devemos aproveitar bem a vida enquanto ainda tem.Aproveite bem a sua vida porque eu estou aproveitanto a minha.dembl
Eu mesmo sendo adolescente,não dou mais cambalhotas.
Mas ás vezes brinco como criança,Acho que não é vergonha nenhuma ter um pouco da criança dentro de si,é até melhor.Pois deixamos de 'prá lá' aquele lado zangadão...rsrsrs'
e concerteza vivemos mais.
Uma vez quando eu era menor,(pq grande eu nunca fui! rs)eu caí do pé de jabuticaba foi uma dor enorme pois o pé de jauticaba era bastante alto.Minha mãe me disse:-agora vê se não fica mais empuleirada nos pés de fruta não menina.
No outro dia mesmo eu já estava lá de novo,sem medo nenhum,pegando jabuticaba bem á vontade...
quando a gente é criança não tem medo de nada,esquece de tudo,cria um mundo especial.Um mundo de 'fantasias'.
seja sempre como criança, nunca cresça.
BY:Lucylla Rezende
nos temos que aproveitar muito a vida porque a morte é uma coisa que esta pra vir por isso devemos nos cuidar muito bem.
Achei interessante o Zé Luíz falar sobre a vida,pois a vida é algo muito importante para o ser humano.
Várias pessoas perdem a criança que existe dentro de você antes mesmo de virar adulto,porém ainda existe adulto que não perde a criança de dentro de você nem mesmo quando já está bem velhinho.
Eu já com meus 15 anos de idade ainda não perdi meu a criança de dentro de mim e nem predendo perder.
Você que ainda tem um pouquinho de uma criança dentro de você procure não perder-lá.
Eu acheii que hoje agente damos cambalhota em nossas vidas de um modo diferente. Devido as problemas q vão e vem! Tayane 1002
Estamos dizendo que todas as pessoas podem se virar e fazer o que muitas pessoas novas fazem
E muitas pessoas novas não são iguais as as de antigamente não ligam muito pra vidakut
Esse texto q o prfessor Zeluis fez faz sentido, e verdade o q ele fala sobre q as éssoas enferrujam q ñ conseguem mais fazerem coizas q faiziam a um tempo!
NA MINHA OPINIÃO O VERBO DAR CAMBALHOTAS SE NUMA FORMA CONSEGUIR SUPERAR AS BARREIRAS DA COMODIDADE E SUPERAR VARIOS MEDOS
Eu acho que o fato de darmos cambalhotas , é uma maneira meio que de fugir de nós mesmos , talvez até de nossos problemas . Talvez a '' morte '' seja uma grande maneira de aliviar a dor que existe na existência de um ser humano , ou talvez seja uma grande bobagem.Morrer em lugar de outra pessoa em que se goste,talvez seja uma boa maneira de morrer . Eu acho que a morte existe para sairmos um pouco desse mundo e descobrir outros lugares . Ou talvez tenhamos mesmo que morrer , afinal nenhuma pessoa fica aqui na terra pra sempre . Eu encaro a morte como se fosse um livro , você escreve , vive aquele momento , mais uma hora ele acaba , talvez até sem você perceber . Eu acho que a '' morte '' é algo que temos que aceitar , e não questionar .
Adorei o texto , acho que retratou muito bem essa questão .
Nesse mundo, nada é certo alem da morte e dos impostos."
voce nao consegue dar cambalhota porque voce esta muito velho eu nao gosto dessa parada de mortos mas eu achei legal oque voce escreveu.
Poxa,o texto diz que quando criança agente damos cambalhotas ,plantamos bananeira,etc.
é verdade quando criança fazemos tudo isso,mas quando agente começa a chega em uma certa idade isso tudo acaba.Quanto a morte eu acho que devemos aceita,pois ninguem vai ficar aqui na terra para sempre.mais morrer por causa de outra pessoa eu acho bobagem.porque Deus deu a vida então ele a de tiaralá na hora certa.
VALEU Zé Luiz um abraçâo.
By:Márcio(O$ Primo$)
Quando somos crianças temos Hàbitos de: brincar, dar cambalhotas, tambèm tomar atitudes apropriadas a nossa idade.
Mas quando chegamos na fase adulta deixamos de dar canbalhota e começamos a fazer coisas apropiadas a nossa idade.
Eu acho por que guando nós estamos novos nos conseguimos fazer coisas inusitáveis,tipo como dar cambalhota e várias outras coisas,e quando você vai ficando velho nós não consequimos fazer esses tipos de coisa mais.
Então o texto mostra isso que,que o ser humano tem que aproveitar a vida guando nós estamos novos,por que nós iremos ficar velhos, o nosso futuro é a morteeeee,enão vamos aproveitar a vida enguanto nós podemos...
Todo mundo tem uma criança dentro de si.Eu tenho 17 anos e as vezes tenho atitudes de uma criança de 7 anos.Acho que ainda não amadureci,mas não quero ficar podre rápido então é melhor ficar bem verde.então é isso xauxau :>1
Amorte é um grande misterio cada um tem uma forma de interpretalo mas ninguen sabe o verdadeiro motivo.
As acrobacias da vida com o tempo vão se tornando meio difíceis de serem realizadas, vc ja naum tem mais a vitalidade, força, e nem a expectativa de vida de uma criança. Achei muito interessante o texto pois relata a morte q é algo inevitável para todos nós, cedo ou tarde ela aparece e querendo ou não deve ser aceita.
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